
Durante a Siga Integrity Week, em São Paulo, a SIGAWomen promoveu um encontro inspirador com lideranças femininas do esporte, reunindo mulheres de destaque que impulsionam mudanças significativas no setor esportivo. O evento foi uma oportunidade única para debater a integridade no esporte e fortalecer ações em prol da igualdade de gênero.
Em seu depoimento, Emanuel Macedo de Medeiros, CEO Global da SIGA, destacou o compromisso da entidade com a modernização da governança esportiva e a promoção da boa governança, com ênfase na inclusão e na equidade de gênero. Ele marcou 08 de novembro de 2024 como o início de um novo ciclo na governança do esporte brasileiro, com o lançamento do Capítulo Brasil da SIGAWomen – um movimento global liderado por mulheres, que visa garantir a integridade e a igualdade de oportunidades no esporte.
Macedo de Medeiros fez uma análise crítica sobre a disparidade de gênero nas lideranças esportivas, lembrando que apenas 28% dos cargos executivos nas 31 maiores federações internacionais são ocupados por mulheres, uma realidade ainda mais preocupante no Brasil. Ele questionou como o esporte, no século XXI, pode ser governado com atitudes retrógradas, como a desvalorização do futebol feminino e a falta de investimentos estratégicos na base do esporte para mulheres.
O CEO da SIGA também destacou os recentes resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, onde as mulheres brasileiras conquistaram mais medalhas que os homens, incluindo as únicas medalhas de ouro nas Olimpíadas. Esses dados reforçam a urgência de promover a modernização das estruturas esportivas e garantir a igualdade de condições no acesso aos espaços decisórios.
Em sua mensagem final, Macedo de Medeiros convocou todos a se juntarem à SIGA e à SIGAWomen, lembrando que o movimento é inclusivo, acolhendo pessoas de todas as origens, gêneros e crenças, com o objetivo de promover a integridade no esporte. Ele convidou todos a celebrar a Semana da Integridade no Esporte e a fazer parte desse movimento coletivo pela mudança.
“Fixe esta data: 08 Novembro 2024. É o dia que marcou o arranque de um novo ciclo na governança do Esporte Brasileiro. O arranque do processo de criação do Capítulo Brasil da SIGAWomen. Um movimento global, liderado pelas mulheres, em prol da Integridade no Esporte. Em prol da Boa Governança e da muito necessária igualdade de género.Nos órgãos de liderança executiva das 31 maiores federações internacionais, somente 28% são mulheres. No Brasil, essa realidade é pior. Muito pior.Ora, como nos podemos conformar com este estado de coisas?
Como podemos aceitar que o Esporte no século XXI seja governando e gerido como se estivéssemos ainda no século XIX? Onde há dirigentes esportivos que ainda ousam desdenhosamente qualificar o Futebol Feminino como um “troço”?
Onde a aposta no Futebol de Base Feminino – que deveria ser visto como uma prioridade estratégica fundamental – tal como há muto acontece em Inglaterra, Espanha, França, Portugal, Alemanha, Estados Unidos e em todas as nações futebolisticamente mais desenvolvidas – é relegado para segundo plano?
Como é evidente, não podemos!
Nos recentes Jogos Olímpicos de Paris, o Brasil conquistou 20 medalhas, 12 das quais foram por mulheres, inclusive as únicas três de ouros.
Tal como nas Olimpíadas, as mulheres brasileiras tiveram também o maior número de medalhas nos Jogos Paralímpicos. Foram 13 medalhas de ouro, mais uma do que os homens, e 43 dos 89 pódios. Mais! Elas também fizeram parte de outras três conquistas mistas, em equipes formadas por homens e mulheres.
Ora, perante esta insofismável e por demais eloquente realidade, mais será ainda necessário acrescentar? Nada!
O que falta agora, então?Falta muito, a começar pela modernização da governança do esporte brasileiro e das suas estruturas liderantes. Falta promover maior democracia e uma efetiva igualdade de condições no acesso aos órgãos decisórios. Sem preconceitos. Sem discriminação. Sem barreiras.
Só assim teremos um Esporte capaz de andar de cabeça erguida, com brio, merecedor da nossa confiança e do nosso elogio.Um Esporte no qual nos possamos verdadeiramente rever e acreditar.
É para isso que a SIGA e a SIGAWomen trabalham.”
