
A temporada 2023/24 marcou um momento histórico para o futebol feminino: as receitas combinadas dos principais clubes em mercados estratégicos ultrapassaram pela primeira vez a marca de € 100 milhões (R$ 550 milhões), atingindo € 116,6milhões ($ 633,5 milhões). Segundo o relatório da Deloitte Football Money League 2025, isso representa um impressionante crescimento anual de 35%.
Barcelona Lidera Ranking pela Terceira Temporada Consecutiva
No topo da lista, o Barcelona registrou € 17,9 milhões em receitas, um aumento de 26% em relação ao ano anterior. O Arsenal, com receitas idênticas, ficou em segundo lugar, impulsionado por aumentos significativos de 64% nas receitas comerciais e 48% em receitas de dias de jogo. O Chelsea, com € 13,4 milhões ocupa a terceira posição, seguido pelo Manchester United e pelo Real Madrid .
Comercialização e Liga dos Campeões Impulsionam o Setor
A análise aponta que 66% das receitas totais foram provenientes de acordos comerciais, reforçando a crescente valorização do futebol feminino por patrocinadores e marcas globais. Os direitos de transmissão e as receitas de dias de jogo representaram 17% do total, enquanto a participação na Liga dos Campeões Feminina da UEFA se consolidou como fator-chave para os sete clubes não ingleses que figuram entre os 15 mais rentáveis.
O Protagonismo Inglês no Futebol Feminino
Entre os 15 principais clubes analisados, oito pertencem à Superliga Feminina Inglesa (WSL), reafirmando a Inglaterra como referência na profissionalização e comercialização do esporte. A liderança inglesa é evidenciada não apenas pelos números, mas também pela capacidade de atrair investidores e criar novas oportunidades de engajamento com os torcedores.
Perspectivas e Sustentabilidade a Longo Prazo
Tim Bridge, sócio-líder do Deloitte Sports Business Group, destacou que o crescimento nas receitas reflete o avanço do futebol feminino em mercados estratégicos e o crescente interesse de investidores e patrocinadores. “A expansão de competições como a Liga dos Campeões Feminina da UEFA e a criação da Copa do Mundo de Clubes da FIFA são exemplos claros da demanda por mais jogos e maior competitividade”, disse ele.
Jennifer Haskel, líder de conhecimento do grupo, acrescentou que o modelo de gestão do futebol feminino começa a se destacar de forma independente, com estratégias inovadoras de engajamento e investimento. “O reconhecimento das diferenças estruturais e operacionais entre os clubes masculinos e femininos é essencial para criar uma trajetória única e sustentável para o futebol feminino”, pontuou.
Desafios e Oportunidades Globais
Embora os números representem um marco, o relatório destaca que dados de mercados importantes, como EUA, Suécia e Austrália, não foram incluídos, indicando um potencial ainda maior de crescimento global. A profissionalização, a diversificação de audiências e o fortalecimento da governança aparecem como fatores essenciais para consolidar o avanço do futebol feminino em métricas financeiras e esportivas.
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