Outubro de 2025 registrou um aumento preocupante de casos de ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) entre jogadoras de elite. Em 31 dias, 17 atletas de diferentes países e clubes sofreram lesões graves no joelho, reacendendo o alerta no futebol feminino.
Entre as jogadoras afetadas, estão nomes de destaque como Laís Estevam, do Palmeiras, que se lesionou durante compromisso com a Seleção Brasileira; Lena Oberdorf, do Bayern de Munique, que sofreu uma nova contusão grave; e Michelle Agyemang, atacante do Arsenal emprestada ao Brighton, que ficou fora das eliminatórias da Copa do Mundo.
A atacante croata Ana-Maria Marković também chamou atenção para a gravidade da situação ao afirmar que mais de 160 atletas sofreram lesões no LCA somente em 2025. O dado reforça a urgência de medidas preventivas e maior atenção médica à categoria.

Casos mais recentes de atletas com lesões no ligamento cruzado anterior (LCA)
Laís Estevam (Palmeiras / Seleção Brasileira)
- Data da lesão: outubro de 2025
- Situação: rompeu o LCA do joelho direito durante amistoso da Seleção Brasileira contra a Itália.
- Condição atual: passará por cirurgia e deve ficar fora por até nove meses.
Michelle Agyemang (Arsenal / Inglaterra)
- Data da lesão: 28 de outubro de 2025
- Situação: sofreu ruptura do LCA em amistoso entre Inglaterra e Austrália.
- Condição atual: fora do restante da temporada 2025/26.
Katie Reid (Arsenal / Inglaterra)
- Data da lesão: novembro de 2025
- Situação: defensora de 19 anos rompeu o LCA durante treino.
- Condição atual: desfalque por longo período.
Lena Oberdorf (Bayern de Munique / Alemanha)
- Data da lesão: outubro de 2025
- Situação: sofreu nova ruptura do LCA, a segunda em pouco mais de um ano.
- Condição atual: deve retornar apenas em 2026.
Maite Oroz (Tottenham Hotspur / Espanha)
- Data da lesão: outubro de 2025
- Situação: ruptura confirmada do LCA durante jogo da Copa nacional.
- Condição atual: em recuperação, sem previsão de retorno.
Manuela Zinsberger (Arsenal / Áustria)
- Data da lesão: outubro de 2025
- Situação: goleira rompeu o LCA durante treino do Arsenal.
- Condição atual: fora da temporada 2025/26.
Mary Fowler (Manchester City / Austrália)
- Data da lesão: abril de 2025
- Situação: diagnosticada com ruptura do LCA após jogo pelo Manchester City.
- Condição atual: segue em recuperação prolongada.
Tierna Davidson (NJ/NY Gotham FC / EUA)
- Data da lesão: julho de 2025
- Situação: rompeu o ligamento em partida da NWSL.
- Condição atual: fora do restante da temporada.
Katie McCabe (Arsenal / Irlanda)
- Data da lesão: agosto de 2025
- Situação: contusão ligamentar confirmada após jogo pelo Arsenal.
- Condição atual: em tratamento.
Brasileiras que já enfrentaram ruptura do LCA no futebol feminino
Entre os casos mais recentes, está o da atacante Dudinha, do Palmeiras, que rompeu o LCA e o menisco do joelho direito em maio de 2025, durante partida pelo Campeonato Brasileiro Feminino. A jovem promessa do alviverde precisou passar por cirurgia e ficou fora o resto da temporada.
Outra jogadora do elenco palmeirense que enfrentou o mesmo drama foi a zagueira Giovanna Campiolo, diagnosticada com ruptura total do LCA do joelho esquerdo. A lesão a afastou dos gramados por tempo indeterminado e reforçou a necessidade de atenção especial à prevenção dentro do clube.
A meio-campista Angelina, do OL Reign (Estados Unidos) e da Seleção Brasileira, também viveu o pesadelo da lesão em 2022, quando sofreu a ruptura do LCA e do menisco lateral do joelho direito durante um jogo da NWSL. O caso ganhou grande repercussão na época, pois a atleta era uma das peças-chave do time de Pia Sundhage, ex-treinadora da Seleção Brasileira Feminina.
Outro nome importante que passou pelo mesmo problema foi Kerolin, atacante da Seleção Brasileira, é destaque do Manchester City. Em outubro de 2023, quando ainda jogava pelo North Carolina Courage, da NWSL, ela rompeu o ligamento do joelho direito, ficando fora de amistosos e do restante daquela temporada.

Diante desse cenário, a FIFA intensificou um estudo em parceria com a Kingston University London, buscando compreender as causas por trás do aumento das lesões. Pesquisadores avaliam fatores como as variações hormonais ao longo do ciclo menstrual, a alta carga de jogos, a qualidade dos gramados e o tipo de chuteira utilizada como possíveis influências no risco de ruptura ligamentar.
A expectativa é que os resultados dessa pesquisa auxiliem federações e clubes a aprimorar protocolos de prevenção, reduzindo a incidência desse tipo de lesão que tem afastado grandes talentos do futebol feminino.
Foto: REUTERS /J aimi Joy




