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CBF anuncia calendário do futebol feminino de 2026

Lançamento do calendário do futebol feminino 2026

Veja as novidades para as próximas temporadas do futebol brasileiro feminino.

Na última segunda-feira (24), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o calendário completo do futebol feminino para 2026 e com projeções até o ano de 2028, consolidando a maior expansão estrutural da modalidade no país. A próxima temporada terá mais clubes, maior quantidade de jogos, premiações ampliadas, novas regras de profissionalização e reforço na base, além de políticas inéditas de apoio às atletas.

As medidas se alinham ao ciclo de desenvolvimento planejado até a Copa do Mundo Feminina de 2027, que será sediada no Brasil.

BRASILEIRÃO FEMININO A1 

A elite nacional será disputada entre 15 de fevereiro e 4 de outubro e passa de 16 para 18 equipes, aumentando também o número total de partidas, sendo então, 167 jogos contra 134.

O formato permanece com turno único, seguido por mata-mata nas quartas, semifinais e final, todos em ida e volta. Os quatro últimos colocados sofreram descenso e disputarão a Série A2 em 2027, enquanto os quatro primeiros da segunda divisão subirão.

A CBF também ampliou o valor das cotas e premiações. Cada clube da primeira divisão receberá R$ 720 mil pela participação, além de bônus de R$ 20 mil por transmissões nacionais. A campeã embolsará R$ 2 milhões, enquanto o vice ficará com R$ 1 milhão.

Brasileirão Feminino A1
Brasileirão Feminino A1 inicia em fevereiro de 2026 / Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A classificação à Libertadores Feminina continua com 2 vagas para 2027, ainda que a competição não tenha divulgado o novo formato previsto para as próximas temporadas. Os jogos do Brasileirão Feminino A1 não serão realizados em vésperas ou términos de Data FIFA.

Outro avanço relevante é a obrigatoriedade de contrato profissional para todas as jogadoras da Série A1 a partir de 2027, medida que faz parte do processo de licenciamento de clubes.

BRASILEIRÃO FEMININO A2 E A3

O Brasileirão Feminino A2, que ocorrerá de 14 de março a 19 de setembro, terá 16 clubes, valendo R$ 360 mil pela participação de cada time, e salta para 134 jogos, quase o dobro desta temporada. A competição será regionalizada na fase inicial e manterá oito vagas para o mata-mata. Quatro equipes serão promovidas à primeira divisão do campeonato brasileiro.

O Brasileirão Feminino A3, agendado entre 21 de março a 5 de setembro, segue com 32 equipes, valendo R$ 120 mil para participação de cada equipe, com um novo formato de turno e returno na primeira fase somados com 126 jogos no total. Na temporada, foram realizados apenas 78 jogos. Os quatro melhores garantem o acesso à segunda divisão. Jogos da terceira divisão com combate entre Datas FIFA e competições internacionais serão preservados.

Em ambas as divisões terá vaga direta para a Copa do Brasil Feminina.

COPA DO BRASIL

Retornando após quase uma década de hiato, a Copa do Brasil Feminina terá 66 clubes de 26 estados diferentes, além do Distrito Federal, sendo todas as equipes participantes das três divisões nacionais.

Times da terceira divisão entram logo na primeira fase, da segunda divisão estreiam na segunda fase e clubes da primeira divisão garantem acesso à terceira fase. A competição começa em 22 de abril e termina em 15 de novembro com 100% das partidas transmitidas ao vivo no canal oficial da CBF. 

Copa do Brasil Feminina 2025
O Palmeiras venceu pela primeira vez a Copa do Brasil Feminina em 2025 / Foto: Rebeca Reis / Staff Images Woman / CBF

As duas primeiras fases serão disputadas em jogo único. A partir das quartas de final, todos os confrontos passam a ser em ida e volta. A campeã assegura vaga na Supercopa Feminina 2027.

SUPERCOPA FEMININA

A temporada começará oficialmente em 8 de fevereiro com a disputa da Supercopa Feminina que colocará frente a frente a campeã do Brasileirão Feminino A1 e a vencedora da Copa do Brasil 2025, em jogo único.

Para 2026, Corinthians, atual campeão brasileiro, e Palmeiras, que garantiu o título inédito na Copa do Brasil, abrirão a temporada com o grande Derby feminino. A campeã da Supercopa levará R$ 1 milhão, enquanto a segunda colocada embolsará R$ 600 mil.  

BASE FEMININA

A CBF também ampliou o calendário das categorias de base Sub-20, Sub-17, Sub-16 e Sub-14. A meta é criar uma linha de formação contínua, reduzindo lacunas entre o desenvolvimento das atletas e o ingresso no profissional.

O aumento de datas e a reorganização logística visam fortalecer a detecção de talentos e melhorar o nível competitivo nas divisões de base, algo considerado fundamental pela entidade para sustentar uma estrutura mais forte até 2028.

BRASILEIRÃO FEMININO SUB-20

A competição acontecerá de 8 de março a 28 de maio de 2026. O Sub-20, principal torneio de formação do país, chega à temporada 2026 com formato renovado e ampliação da carga de jogos.

Serão 24 clubes participantes com um aumento de 85 para 86 partidas, garantindo ampliação de 11 para 12 datas no calendário. Formato de final em ida e volta, assim como nas competições profissionais, também estará presente na decisão. A transmissão dos jogos será 100% no canal oficial da CBF.

Brasileirão Feminino Sub-20
Brasileirão Feminino Sub-20 terá final de ida e volta / Foto: Thiago Ribeiro / Staff Images / CBF

A mudança no calendário e no formato aproxima a categoria de uma experiência mais profissional, com calendário mais previsível e maior minutagem para atletas entre 18 e 20 anos, faixa etária fundamental na transição para o time principal.

BRASILEIRÃO FEMININO SUB-17

Em mais uma edição, o campeonato brasileiro feminino Sub-17 acontecerá de 30 de maio a 29 de agosto de 2026. A categoria Sub-17 segue o mesmo movimento de expansão da categoria Sub-20, fortalecendo a progressão entre as faixas etárias.

Serão 24 clubes participantes, também com um aumento de 85 para 86 partidas, ocorrendo uma ampliação de 11 para 12 datas. A final do torneio nacional também será com jogos de ida e volta com transmissão integral no canal oficial da CBF.

A categoria Sub-17 é considerada estratégica pela CBF, pois abastece tanto o Sub-20 quanto as seleções de base. O aumento de datas e jogos qualifica o processo de desenvolvimento técnico e físico.

LIGA DE DESENVOLVIMENTO SUB-16 

A Liga Sub-16 mantém sua característica de torneio concentrado e curta duração, mas se firma como porta de entrada para competições internacionais. A realização será em março, em sede única, com 8 clubes participantes, 20 partidas disputadas e 5 datas de jogo. Apenas uma vaga é garantida para La Fiesta Conmebol, competição internacional de base. A manutenção da vaga internacional valoriza a Liga Sub-16 como evento de observação e vitrine para talentos emergentes.

LIGA DE DESENVOLVIMENTO SUB-14

Seguindo a estrutura da Sub-16, a Liga Sub-14 se consolida como o primeiro passo do ciclo formativo nacional da CBF. A competição acontecerá de 23 a 29 de setembro de 2026. 

O formato conta com 8 clubes participantes, 20 partidas disputadas, também com 5 datas e com uma vaga para La Fiesta Conmebol Feminina.

A categoria Sub-14 tem sido destacada pela CBF como fundamental para iniciar o trabalho técnico-tático das jovens atletas, garantindo contato com ambiente competitivo ainda na infância esportiva.

POLÍTICAS SOCIAIS E INCLUSÃO

Uma das iniciativas mais celebradas no novo calendário é a política voltada às jogadoras mães e lactantes. A CBF confirmou que cobrirá os custos de deslocamento e hospedagem para filhos pequenos em viagens oficiais.

A ação é considerada inédita no futebol mundial e busca garantir que jogadoras em fase de amamentação possam continuar competindo sem abrir mão da maternidade.

IMPLEMENTAÇÃO DO IMPEDIMENTO SEMIAUTOMÁTICO

Durante a apresentação do calendário, o DONAS FC perguntou à Aline Pellegrino, ex-jogadora e atual gerente de competições da CBF, sobre a possibilidade de implementação do impedimento semiautomático no futebol feminino brasileiro já nas próximas temporadas.

Aline explicou que a tecnologia está em fase de testes no futebol masculino e que a categoria feminina acompanhará a evolução.

“Começamos a avançar nesse tema no futebol masculino, temos que esperar o resultado e como será colocado em prática. O VAR no futebol feminino é implementado a partir da segunda fase, quartas de final, semifinal e final. Quem sabe, se chegarmos a essas fases da competição, isso já tenha se encaminhado bem e vamos lá bater na porta da comissão de arbitragem. Mas acho que temos que dar um tempo sobre essa tecnologia que está chegando agora, que vai ser colocada na primeira divisão do campeonato brasileiro masculino e, obviamente, queremos que dê certo e vamos brigar para que tenha também na categoria feminina mais para frente.”  — afirmou Aline.

Aline Pellegrino na CBF
Aline Pellegrino no lançamento do calendário do futebol feminino 2026 / Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Atualmente, o VAR é utilizado apenas a partir da segunda fase da primeira divisão do campeonato brasileiro feminino e não há previsão oficial para adoção do impedimento semiautomático. A decisão dependerá do desempenho da ferramenta no masculino e da viabilidade financeira para ampliação da tecnologia no feminino.

Com mais jogos, calendário contínuo, competições fortalecidas e políticas de inclusão, 2026 deve marcar uma das temporadas mais estruturadas da história do futebol feminino brasileiro. A expectativa é de crescimento competitivo, maior visibilidade e avanços tecnológicos,  todos alinhados ao projeto para a Copa do Mundo Feminina de 2027.

Foto: Isadora Leocardio / DONAS FC

Isadora Leocardio

Jornalista e repórter no DONAS FC. Acompanho e produzo conteúdos sobre futebol feminino com foco em análise, cobertura de jogos e histórias inspiradoras das atletas. Apaixonada pelo esporte, contribuo para o crescimento e a visibilidade do futebol feminino no Brasil e no mundo.

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