
Recentemente, uma amiga jornalista me marcou em um post que exibia entrevistas com mulheres e homens, abordando o quão inseguras muitas mulheres se sentem em estádios de futebol.
A maioria afirmou que só iria acompanhada, seja em grupo ou com um homem ao lado. Uma das entrevistadas, que foi ao estádio com o próprio filho, relatou ter sido desrespeitada, sofrendo assédio e xingamentos.
Não, não estamos falando da Arábia Saudita. Estamos falando do Brasil, o país autoproclamado “do futebol”, onde a hostilidade, o assédio e a violência passaram a ser parte da experiência de ir a um estádio. Esse ambiente tóxico não é apenas um reflexo do que ocorre nas arquibancadas, mas também da falta de segurança que envolve o esporte, especialmente para as mulheres.
Diante desse cenário, é urgente que façamos mais campanhas educativas nos estádios.
Mas não podemos parar por aí: nossos ídolos, aqueles que têm o poder de influenciar milhões, precisam dar o exemplo.
No entanto, como exigir que o ambiente mude se muitos desses mesmos ídolos acabam estampando as páginas policiais, muitas vezes acusados de violência contra mulheres? É fundamental que a sociedade, os clubes, as entidades esportivas e os próprios jogadores se unam para transformar o futebol em um ambiente menos hostil. Incluir as mulheres no jogo vai além de permitir que elas estejam presentes.
É garantir que possam torcer, se emocionar e participar com segurança e respeito. O Brasil precisa, de fato, ser o país do futebol para todos. Isso só será possível quando as mulheres se sentirem seguras e acolhidas em todos os espaços que envolvem o esporte, seja no campo, nas arquibancadas ou fora dele.
Suleima Sena