
A FIFA suspendeu Manuel Arias, presidente da Federação Panamenha de Futebol (FPF), por seis meses, após declarações ofensivas direcionadas à meio-campista Marta Cox, estrela da seleção feminina do Panamá. O dirigente, durante uma live em março de 2024, chamou a jogadora de “gorda” e “fora de forma” como resposta a críticas feitas pela atleta sobre a falta de apoio ao futebol feminino no país.
As declarações de Arias se referiam ao desempenho da jogadora na Copa Ouro Feminina da CONCACAF de 2023, onde a seleção foi eliminada na fase de grupos após três derrotas consecutivas. Marta Cox, na época, denunciou publicamente o descaso da FPF com a modalidade, o que gerou repercussão dentro e fora do país.
A punição da FIFA, válida até 14 de julho de 2025, determina que Arias esteja afastado de todas as atividades relacionadas ao futebol, incluindo decisões sobre competições como as Eliminatórias da Copa do Mundo Masculina de 2026. Durante o período, Fernando Arce, vice-presidente da FPF, assumirá o cargo interinamente.
Marta Cox, reconhecida como uma das maiores atletas do futebol panamenho, disputou a Copa do Mundo Feminina de 2023 e, atualmente, defende o Fenerbahçe, da Turquia, após deixar o Xolos Femenil, do México. Apesar de Arias ter pedido desculpas publicamente e reconhecido que utilizou uma “linguagem infeliz”, suas declarações foram amplamente criticadas e consideradas exemplo de body shaming no esporte.
A Federação Panamenha de Futebol emitiu um comunicado reconhecendo a necessidade de avançar no apoio ao futebol feminino e prometeu trabalhar para fomentar a modalidade no país. A punição aplicada pela FIFA foi considerada um marco importante no combate à discriminação no esporte e um alerta para que dirigentes se comprometam a promover um ambiente mais inclusivo e respeitoso, especialmente para as mulheres.
Enquanto isso, a seleção feminina do Panamá segue se preparando para os próximos desafios, com a esperança de que o episódio fortaleça o debate sobre igualdade e respeito no futebol.
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