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A Sinfonia do Primeiro Gol

  • By donasfc
  • 16/03/2025
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O futebol tem dessas histórias que não são apenas lances, mas epifanias. Uma estreia não é simplesmente um início; é um rito, uma travessia onde o talento encontra sua voz e se faz presente. No sábado, foi a vez de Gabi Portilho escrever a sua.

Vestir a camisa do Gotham FC, sentir o peso do emblema no peito, escutar a arquibancada que ainda não aprendeu seu nome, mas logo o terá na ponta da língua. O palco era a NWSL, uma das ligas mais competitivas do planeta. O adversário, o OL Reign, tradicional e calejado, daqueles que testam o fôlego de qualquer estreante. Mas Portilho não era uma jogadora qualquer.

A bola viajou pelo ar como se conhecesse o destino. O escanteio batido com precisão encontrou o desvio incerto da zaga. E então, em um daqueles instantes em que o futebol parece suspender o tempo, a bola encontrou Portilho. Não foi um toque casual, um acaso sem poesia. O voleio saiu limpo, perfeito, daqueles que a física hesita em explicar. A rede balançou antes mesmo que qualquer reação pudesse tomar forma. O primeiro gol, o primeiro grito, o primeiro instante em que um estádio soube quem ela era.

A celebração foi um misto de alívio e euforia. Nos pés de Portilho, não era só um gol, era um manifesto. O futebol feminino é feito de mulheres que, a cada lance, reafirmam sua grandeza. E ali estava ela, fazendo o que sempre fez, mas agora sob novas cores, novos olhares, uma nova casa.

O Reign ainda buscaria o empate no apagar das luzes. Mas naquela noite, sob os holofotes da cidade que nunca dorme, Gabi Portilho encontrou aquilo que toda jogadora persegue: um momento que a eterniza.

 

Foto NWSL

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