Na última Data FIFA, o futebol feminino brasileiro viveu momentos que vão além dos gols ou da vitória nos amistosos contra o Japão. O que vimos em campo foi o futuro batendo à porta — com força, talento e coragem. Dudinha, do São Paulo, de apenas 19 anos, brilhou na Neo Química Arena com dois gols, um deles antológico. Já no segundo jogo, em Bragança Paulista, foi a vez de Jhonson, joia do Corinthians, também de 19 anos, marcar o gol da vitória da Seleção em sua estreia com a camisa principal.

Esse encontro de gerações — com Marta sendo ovacionada e novas estrelas surgindo — traduz, com potência, o que muitos de nós que acompanhamos o futebol feminino diariamente já sabemos: investir em base é inegociável. A revelação de talentos como Dudinha e Jhonson não é acaso. É resultado direto de um trabalho que, mesmo ainda tímido no cenário nacional, mostra seus frutos quando recebe investimento, estrutura e continuidade.

Por isso, é hora de deixar as dúvidas para trás. A base não pode mais ser tratada como um luxo ou um favor. Ela é o pilar para um futebol feminino forte, competitivo e sustentável. É pela base que o Brasil pode voltar ao protagonismo global e garantir que o espetáculo visto nos gramados seja rotina, e não exceção.

Que os clubes brasileiros compreendam de uma vez por todas: investir em categorias de base no feminino não é gasto. É estratégia. É inteligência. É economia a médio e longo prazo. É futuro.

A Copa do Mundo de 2027 é logo ali — e o futuro, como vimos nesta data FIFA, já começou a jogar.

Foto: Livia Villas Boas