
Por: Isadora Leocardio
No jogão de ida em Belo Horizonte, Cruzeiro e Corinthians abrem a final do Brasileirão Feminino 2025.
Em uma final inédita, Cruzeiro e Corinthians se enfrentaram na Arena Independência, em Belo Horizonte, na partida válida pelo Campeonato Brasileiro Feminino. As Cabulosas realizaram a sua primeira final na competição e buscam o título inédito depois de fazerem uma boa campanha na primeira fase, ficando em primeiro lugar da tabela. Já no lado das Brabas, esta é a nona final que o Corinthians participa desde a sua ascensão no futebol feminino.
O JOGO
O primeiro tempo da partida começou eletrizante, com uma cobrança de falta da zagueira Mariza e a grande defesa da goleira do Cruzeiro, Camila Rodrigues. Mais tarde, as Cabulosas conseguem entrar mais na área do Corinthians e as Brabas respondem, criando outras oportunidades pelo lado do Cruzeiro. Depois de diversas tentativas, a lateral Gi Fernandes fez o primeiro gol do jogo após erros da defesa do Cruzeiro com as jogadas de Duda Sampaio e o cruzamento da Jaqueline.
Na metade da primeira etapa, saiu o gol de empate das Cabulosas, originado pela boa recuperação de Vitoria Calhau, cruzamento de Byanca Brasil e finalizado por Marília, que no jogo de hoje atingiu 100 jogos no time celeste. Antes da jogada, houveram reclamações por cotovelada da camisa 10, Byanca Brasil, na zagueira do Timão, Erika. Após revisão, conclui-se que foi apenas uma disputa de espaço e o gol do Cruzeiro foi confirmado.
A atacante Gabi Zanotti, que iniciou como titular no jogo, tentou um gol de bicicleta nos minutos finais, porém a bola foi nas mãos da goleira das Cabulosas, destaque do primeiro tempo, que segurou bem o empate desde o primeiro gol do Cruzeiro. A Braba Jaqueline Ribeiro aproveitou um erro de Paloma, do Cruzeiro, e tentou finalizar no gol, mas, novamente, a goleira Camila Rodrigues defendeu muito bem e se sacrificou nos minutos finais.

Na volta do intervalo para a segunda etapa, a autora do gol das Cabulosas, Marília, é substituída por Leticia, camisa 9, preocupando para o jogo de volta na casa do Corinthians. O início do segundo tempo continuou intenso com as Cabulosas fazendo pressão e criando muitas oportunidades. A atacante Jhonson, do Corinthians, entra em campo no lugar da lateral Gi Fernandes, sendo a sua primeira final com o Timão — na decisão do ano anterior, a atacante não pode participar depois de problemas no menisco.
Mesmo com a pressão do Cruzeiro, nas pequenas oportunidades do Corinthians as Brabas conseguiram criar chances até o gol da camisa 10, Gabi Zanotti, que, inicialmente, foi anulado em campo por impedimento e após revisão do VAR, foi confirmado e o Timão ampliou no placar. As Cabulosas não se afetaram com o gol da equipe das Brabas e continuaram no jogo. Com uma bola no meio do campo, Leticia jogou na cabeça de Isabela, ex-Corinthians, e a jogadora do time celeste finalizou de cabeceio sem olhar para o gol, marcando o empate.

No final da segunda etapa, foi relatado um problema de internet e a conexão do campo com o VAR foi impedida, contudo, o jogo continuou em andamento.
Com 12 minutos de acréscimo, as Brabas pressionaram o desempate e mais uma vez a goleira Camila segurou o resultado no final do jogo.
Após o apito final, as jogadoras do Corinthians, Gabi Zanotti, e do Cruzeiro, Isabela, deram declarações nas entrevistas pós-jogo sobre a decisão de manter o jogo mesmo sem o VAR ativo. As jogadoras, que marcaram os gols no segundo tempo, refutaram afirmando que essa prática falta com respeito às equipes da partida e ao futebol feminino.
Com um público recorde de 19.175 pessoas na Arena Independência, marco histórico no futebol feminino mineiro, a torcida do Cruzeiro fez uma grande festa com as Cabulosas, mesmo com o empate.

O jogo de volta entre Corinthians e Cruzeiro está marcado para o próximo domingo (14), na casa das Brabas, a Neo Química Arena, no horário das 10h30.
Foto: Alê Torres / Staff Images Woman / CBF