Os amistosos entre as seleções femininas sub-20 de Brasil e México, realizados em Goiânia na última
semana de Outubro, foram muito mais do que simples partidas preparatórias para aproveitar as Datas
FIFA. Foram uma demonstração de organização, integração e evolução do futebol feminino, dentro e
fora de campo.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu um verdadeiro show de profissionalismo e estrutura,
garantindo uma entrega impecável em todas as frentes operacionais — da logística das delegações à
gestão de campo, segurança e hospitalidade. Cada detalhe refletiu o compromisso da entidade com o
desenvolvimento do futebol feminino e com o padrão de excelência que marca as competições
internacionais.
Os ingressos foram gratuitos, mediante a doação de 1 quilo de alimento não perecível, e o público
compareceu em peso para prestigiar as partidas, mostrando que o interesse pelo futebol feminino é
crescente e real. Além disso, os jogos tiveram transmissão ao vivo pelo canal oficial da CBF e pela
Confederação Mexicana de Futebol, alcançando pico de audiência de quase 20 mil espectadores, um
marco importante para a categoria de base feminina.
Nos bastidores, o clima era de colaboração e aprendizado. Foi possível ver de perto muitas mulheres
atuando em diferentes funções, desde a organização até a coordenação técnica, todas com um mesmo
propósito: fazer o futebol feminino acontecer. São profissionais que, com talento e dedicação,
fortalecem uma rede de apoio e inspiração mútua — um elo invisível, mas essencial para o crescimento
da modalidade.
Entre as profissionais envolvidas na operação esteve Nathália Cavalcanti, que atuou como Team Liaison
Officer (TLO) da Seleção Feminina Sub-20 do México. A função, pouco conhecida pelo público, é
essencial em torneios internacionais: o TLO atua como elo entre a equipe visitante e a organização local,
garantindo que toda a experiência logística, operacional e protocolar ocorra de forma eficiente, segura e
alinhada aos regulamentos da competição.
“Foi uma experiência muito rica, não apenas pelo intercâmbio com outra delegação, mas por
testemunhar o quanto o futebol feminino brasileiro tem avançado. Vi mulheres incríveis,
comprometidas e apaixonadas pelo que fazem. Existe uma energia coletiva e uma vontade genuína de
ver o futebol feminino crescer, e isso é inspirador”, destacou Nathália.
Mais do que resultados em campo, os amistosos entre Brasil e México representaram um marco
simbólico de cooperação, profissionalismo e empoderamento. Cada treino, cada deslocamento e cada
gesto de bastidor mostraram que o futebol feminino no Brasil está em um novo patamar — sustentado
por planejamento, excelência operacional e, principalmente, por pessoas que acreditam em seu poder
transformador.
Por Nathália Cavalcanti
Profissional de marketing esportivo, especialista em operações e eventos internacionais.
Com 15 anos de experiência no mercado, segue liderando iniciativas voltadas ao desenvolvimento e à
presença feminina na gestão do futebol brasileiro.
