
A possível parceria entre o Vitória e uma empresa de acompanhantes para patrocinar o time feminino levanta uma discussão essencial: até onde estamos dispostos a ir por visibilidade ou verba?
No mercado esportivo — e especialmente quando falamos de futebol feminino — o valor de uma marca está diretamente associado às causas que ela apoia, às mensagens que transmite e ao impacto que gera. Associar a imagem de um time de mulheres a um segmento que historicamente reforça a objetificação do corpo feminino é mais do que um equívoco: é um desserviço à luta por equidade de gênero no esporte.
É preciso entender que o uniforme não é só um pedaço de tecido. É símbolo de resistência, conquista e futuro. As jogadoras já enfrentam inúmeras barreiras para se manter no jogo. Carregar nas costas o peso de uma decisão institucional que desvaloriza sua trajetória é mais uma delas.
A pergunta que fica é: o que esse tipo de patrocínio diz sobre os valores do clube? Sobre o respeito às atletas? Sobre o compromisso com o crescimento sustentável da modalidade?
Não é só sobre fechar um contrato. É sobre construir, com responsabilidade, a imagem de um esporte mais justo, profissional e promissor para todas.