Um novo relatório da Nielsen Sports em parceria com a PepsiCo projeta um futuro promissor (e altamente rentável) para o futebol feminino: a modalidade deve alcançar 800 milhões de fãs até 2030, consolidando-se como o quinto esporte mais popular do planeta.
Intitulado De Subvalorizada a Imparável, o estudo analisa o crescimento exponencial do interesse global pelo futebol feminino e destaca o momento como uma oportunidade histórica para marcas e investidores que desejam se conectar com um público jovem, diverso e com alto valor comercial.
Crescimento acelerado e picos a cada dois anos
Com base em dados colhidos nos últimos seis anos, o relatório revela que o interesse no futebol feminino vem crescendo de forma consistente, com picos relevantes nos anos de grandes torneios. A projeção é que o número de fãs aumente 38% nos próximos cinco anos, com a base global ultrapassando os 800 milhões em 2029 — ano da próxima Eurocopa Feminina — e se estabilizando em 2030.
Hoje, o futebol feminino ocupa a décima posição no ranking de esportes mais populares do mundo, atrás de modalidades como futebol masculino, basquete, natação, Fórmula 1 e tênis. Mas, segundo a Nielsen Sports, está a caminho de ultrapassar muitas dessas modalidades nos próximos anos, inclusive em potencial de engajamento e retorno para patrocinadores.
Demografia: quem é o novo público do futebol feminino?
O perfil do torcedor está mudando. A audiência está mais jovem e feminina: metade dos fãs de futebol feminino no mundo tem entre 25 e 44 anos — um percentual acima da média dos outros esportes. Além disso, 47% pertencem à faixa de renda mais alta, indicando que marcas que se associam à modalidade estão dialogando com um público economicamente ativo, fiel e engajado.
Outro dado relevante: em 2019, 57% dos torcedores eram homens. Em 2024, a proporção se igualou. E até 2030, a previsão é de que as mulheres passem a ser maioria na torcida — chegando a 60% do público.
Da base aos grandes palcos: onde o futebol feminino mais cresce
Apesar de a Europa ser vista como o centro de aceleração do crescimento — com destaque para o Reino Unido, França, Espanha e Suíça — os países com maior proporção da população interessada no futebol feminino estão fora do eixo europeu: Colômbia, Emirados Árabes, México, Brasil e Índia lideram o ranking.
Em termos de participação, a China chama atenção com um aumento de 300% no número de praticantes mulheres nos últimos cinco anos, o que resultou em 186 milhões de novos fãs. A pesquisa reforça que quem pratica tem 26% mais chance de se tornar fã — um dado crucial para quem investe em base e desenvolvimento da modalidade.
Investir agora é garantir relevância depois
O relatório também traz um alerta: transformar crescimento em permanência exige investimento estratégico em todo o ecossistema. A temporada atual teve declínios de audiência em ligas como a Superliga Feminina e a UEFA Women’s Champions League, o que evidencia que o público responde ao investimento e à continuidade, e não apenas aos grandes eventos.
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