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Fórum no Museu do Futebol debate crescimento e consolidação do futebol feminino

  • By donasfc
  • 09/08/2025
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Por: Daniela Santos

O Museu do Futebol, em São Paulo, recebeu nesta segunda-feira, 4, o Fórum Sustentabilidade em Campo, que contou com a presença de representantes do esporte, da sustentabilidade e do setor empresarial.

Durante o painel ‘O Futuro do Futebol Feminino’, Cris Gambaré, coordenadora técnica de seleções femininas do departamento da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Milene Domigues, ex-jogadora de futebol e embaixadora do Corinthians, e Suleima Sena, fundadora do Donas FC, falaram sobre o crescimento da modalidade e a importância de uma boa infraestrutura para a sua consolidação no cenário esportivo.

Milene ressaltou as mudanças no futebol feminino, já que na sua época de atleta era bem diferente. Além disso, ela contou que passou a ter uma visão diferente após aceitar o convite para trabalhar no Corinthians. “O futebol de hoje é um futebol completamente diferente em relação a tudo. A parte estrutural, a parte de gestão e até de atitude das atletas. Hoje as atletas são diferentes, são melhor preparadas”, disse ela.

Em seguida, a ex-jogadora falou sobre trabalhar nos bastidores. “Como atleta, eu só enxergava o campo, era calçar chuteira e ir para o jogo. Quando a Cris Gambaré me fez esse convite de estar ali como embaixadora do Corinthians, eu comecei a ter uma visão diferente no futebol. Uma visão muito mais trabalhosa, porque tudo para acontecer é difícil. E no futebol feminino é um pouco mais difícil. Eu acho que isso me fez crescer muito”, afirmou.

Para Milene, o futebol feminino está crescendo e com a Copa do Mundo de 2027 acontecendo no Brasil, ela acredita que a modalidade terá mais visibilidade. “As marcas, as pessoas, as empresas, a imprensa vai ter que falar do futebol feminino. Não existe a opção de não, porque se não vai estar por fora. E eu acho que é esse momento que a gente tem que aproveitar para deixar um grande legado”, pontuou.

Pensando na Copa e também no legado que a competição vai deixar no nosso país, Cris Gambaré afirmou que trabalha para que a seleção brasileira conquiste cada vez mais o seu espaço. “Estamos galgando e trabalhando com muito pé no chão, com muita tranquilidade para deixar esse alicerce bem estruturado e conseguir realmente se tornar, e eu acredito que a médio prazo, a melhor seleção de futebol feminino do mundo”, garantiu.

“Tem muita gente querendo fazer o melhor para o futebol feminino. E não é só dentro de campo, porque isso daí somos nós que temos que fazer, mas também precisamos fora de campo. E fora de campo precisa de uma boa divulgação. Hoje nós somos protagonistas, não somos vítimas. Nós temos em 2027 uma grande Copa dentro da nossa casa e é o momento de todo mundo realmente entender o que é o futebol feminino, para onde nós queremos chegar, não só os clubes, mas também agora a seleção, para que vocês tenham, dentro de casa, o melhor”, acrescentou.

E não é apenas as atletas que estão buscando seu espaço, Suleima Sena comentou sobre como as mulheres enfrentam dificuldades para trabalhar no meio esportivo, mas ela acredita que é possível transformar esse ambiente. “O futebol é incrível, mas às vezes ele não retribui essa paixão, esse amor para nós mulheres, porque não é um dos ambientes mais agradáveis para a gente viver. Nós não somos bem recebidas no futebol e é uma pena a gente ter que passar por essas situações de violências.”

 

“Nós estamos aqui no papel de transformar essa realidade no futebol. Não tem mais que a gente tá discutindo onde é o lugar da mulher, quem pode tá em uma coletiva de imprensa. Todo mundo tem que entender, o jornalista homem que está em uma coletiva de imprensa tem que respeitar a colegas em todos os sentidos, os dirigentes de clubes, os jogadores. Isso é óbvio, mas infelizmente a gente tem que sentar e tem que falar isso, porque você tá falando de mulheres, você tá falando de amor, você tá falando de sonhos, isso não nos diferencia dos homens”, afirmou.

Futuro do futebol feminino

Milene Domingues, que viu muitas meninas desistirem dos seus sonhos porque o futebol na sua época não era visto como uma profissão, celebrou a evolução da modalidade e reforçou a importância de capacitar atletas e ex-atletas, para que com o talento e o conhecimento essas mulheres possam ajudar outras gerações dentro e fora dos gramados.

“Sem estudo, a gente não vai para lugar nenhum. Então, a base tá ali, no estudo. De capacitação. Quanto melhores essas atletas, enfim, todos os profissionais forem melhor capacitados, o resultado vai vir melhor”, afirmou a ex-jogadora, que expôs seu desejo para o futuro da nossa Seleção. “Brasil tricampeão mundial”, desejou.

Cris quer que futebol feminino alcance cada vez mais públicos. “Eu quero ver todo mundo consumindo a seleção feminina, não só até a Copa, mas também levar pós-Copa, que esse realmente é o maior trabalho que nós vamos ter”, disse ela, reforçando seu desejo de ver a Seleção Brasileira no topo do ranking da FIFA.

Já o sonho de Suleima é que haja mais diversidade. “A nossa missão aqui é olhar o futebol do jeito que a gente sonha, que é um futebol diverso. É o meu sonho, porque o Brasil é diverso. Então, o futebol também tem que ser. (…) Um sonho real é olhar um dia para esse esporte tão amado e ver assim, 50% de mulheres, 50% de homens, diversidade, pessoas de todo gênero, toda raça, é isso que eu sonho. Eu não penso apenas nas conquistas esportivas, eu acho que o futebol tem que ganhar dentro e fora de campo e esse é meu sonho, futebol mais sustentável, mais saudável”, completou a jornalista.

 

 

 

FOTOS : Theo Daolio e Sustentabilidade em campo

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