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Liderar com propósito é abrir caminhos para outras mulheres

  • By donasfc
  • 19/05/2025
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Por Suleima Sena

Nos dias de hoje, falamos — e muito — sobre empoderamento, liderança feminina e sororidade. São palavras potentes, que carregam histórias, conquistas e, acima de tudo, esperança.

Acredito profundamente nesses conceitos, especialmente porque, ao longo da minha trajetória, tenho tido o privilégio de conviver com mulheres incríveis que vivem com propósito, que inspiram pelo exemplo e que me mostram, todos os dias, que existe um outro jeito de liderar.

Mas é inevitável não lembrar de como tudo começou. Quando entrei no jornalismo esportivo, há 25 anos, não via nenhuma mulher ocupando o lugar que eu sonhava ocupar. As referências que me guiavam eram todas masculinas — e com isso, absorvi também os modelos de liderança que me cercavam: mais duros, individualistas, pouco abertos à escuta. Eu acreditava que era o único caminho possível.O tempo passou.

As referências femininas surgiram. A minha consciência se ampliou. Mas, infelizmente, nem tudo evolui com a mesma velocidade.Nos últimos dias, vivi situações que me fizeram refletir: será que todas as mulheres que hoje ocupam posições de liderança têm consciência da responsabilidade que carregam?

Será que todas entendem que o poder que ocupam não é um privilégio pessoal, mas uma responsabilidade coletiva? O espaço que hoje habitamos foi pavimentado por outras antes de nós — e cabe a nós garantir que ele se amplie, não que se feche.A frase de bell hooks ressoa forte em mim:

“A verdadeira liderança não se baseia no poder que se tem sobre os outros, mas no poder que se compartilha com os outros.” Liderança que se desconecta do coletivo, que se fecha no ego, que se esconde atrás de discursos e não se compromete na prática, não é liderança: é vaidade.

Estamos vivendo um momento importante, em que muitas de nós estão ocupando espaços inéditos. É uma vitória, mas também é um teste: que tipo de líder eu quero ser? Que tipo de legado quero deixar?Para mim, a resposta está cada vez mais clara: quero ser uma líder que constrói com, que escuta, que acolhe, que inspira — mas que também se responsabiliza. Brené Brown, em seu livro “A Coragem de Ser Imperfeito”, fala sobre a importância da vulnerabilidade como força de conexão e liderança.

Segundo ela, “liderar não é sobre títulos, status ou poder. Liderar é sobre reconhecer o potencial das pessoas e ter coragem de desenvolvê-lo”.

Esse é o tipo de liderança que me interessa. A que olha para as outras mulheres não como concorrentes, mas como parceiras de caminhada.

A que abre portas e sustenta janelas abertas para quem ainda está chegando.Enquanto sociedade, temos debatido muito. Mas talvez estejamos devendo no exemplo prático. Por isso, sigo me perguntando — e proponho que você também reflita:

Qual é o tipo de liderança que você quer construir? Ela serve apenas a você ou ela pavimenta o caminho para outras? Que nossa semana comece com propósito, escuta e integridade entre o que dizemos e o que fazemos.

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